segunda-feira, 27 de junho de 2011

A MULHER NA JANELA


foto - Fernanda SO


A MULHER NA JANELA

A mulher na janela, o que quer ela, o que foi ela?
Uma bela donzela, como no conto da cinderela, amou, casou, sonhou? Ou apenas esperou...
Ou foi a cortesã? Mulher de vida fácil, meretriz, sem respeito, despeito, raiz...
Construiu laços? Deixou rastros?

A mulher na janela, o que quer ela, o que foi ela?
O olhar vago, vaga aonde? Em amores que não correspondem? Em sonhos que se escondem? No futuro que ainda almeja? Ou num passado que passou? No que ainda quer fazer? Ou já se acostumou?

A mulher na janela, o que quer ela, o que foi ela?
Teve filhos? Bicho de estimação? Brincou de bola, boneca, pião?
Tomou banho de chuva? Andou de pé no chão?
Riu até a barriga doer? Chorou até adormecer?
Teve amigos? Fez amor? Sofreu? Se encantou?

A mulher na janela, o que quer ela, o que foi ela?
É enfermeira, Amélia ou astronauta? Toca violino, bandolim, flauta...?
Ou apenas cantarola no chuvero algumas antigas valsas?
Tem sorriso fácil, abraço terno, mente sã? Ou é sofrida, amargurada, ansiã?

A mulher na janela, o que quer ela, o que foi ela?
Será que lá mora, ou ta só de passagem? Lá fez seu ninho, ou é uma breve viagem?
Mantém a janela aberta pra novos ares entrar? Ou assim que sair a veneziana irá fechar?
A história ainda continua, ou já ta pronta pra acabar?
A mulher na janela, o que quer ela, o que foi ela?

MONICA OLIVEIRA

sábado, 18 de junho de 2011

CONTRADIÇÃO

Sorry pelo meu sumiço...ando numa correria ABSURDA, ai acabei abandonando um pouco aqui, mas não se preocupem que logo mais eu volto com muitas novidades, mas muitas mesmo.
Mas enquanto as novidades não chegam, quando der entro e posto algumas coisas que acho bacana.
Esses últimos tempos ando um tanto quanto nostálgica e sentimental, o que resultou em algumas poesias, ai vai uma delas. E até quando eu tiver um outro tempinho. Kisses.



CONTRADIÇÃO

Entretanto, o que fazer contra esse encanto?
Sintonia, sinergia, sinestesia.
O que aproxima é o que repele,
olhares, cheiros, toque, pele.
O que a boca diz, já não condiz.
O que fazia pra atrair,agora faço pra fugir.
O que fere, é o que acalma.
DESEJO DO CORPO, MAS MAIS DA ALMA.

Entre tantos prantos, "santos", desencantos
entretanto o manto, o canto, o acalanto.
O que fez não sei, o que sei, talvez.
Tava clara a fala, era rara a pala.
Compartilho o medo, o segredo...
Juras de uma mente que mente. Crente a outra mente.
Crua. Nua. Por vezes pura.
Restou o fim, que não tem fim.
Medo de vir, medo de ir.
De querer, depender, pertencer e perder.
De arriscar, transformar, chorar, amar...amar...amar...